Gustavo Vagenin: O brasileiro que é ídolo no Irã, jogou com a 10 da Itália e é muito grato a Messi
Conheça a história do habilidoso jogador brasileiro, atualmente no Tractor, da 1ª divisão do futebol iraniano. Para Gustavo Di Mauro Vagenin, o técnico Carlo Ancelotti é o cara certo para dirigir a seleção brasileira.
???????????? Gustavo Vagenin, atualmente no Tractor, 1ª divisão do Irã! pic.twitter.com/tKGGyIf99J
— FutbooBR ???????? (@FutbooBR) March 8, 2023
Por: Marco Tucci
Tudo começou quando o paulistano Gustavo Di Mauro Vagenin, então com seis anos de idade, deu seus primeiros dribles e marcou seus primeiros gols no Esporte Clube Pinheiros, tradicional clube da capital paulista. Ainda garoto chamou atenção de um olheiro do futsal do São Paulo, passou na peneira e iniciou ali o sonho de se tornar jogador de futebol.
Gustavo Di Mauro Vagenin com seu pai... O início do sonho: Deu Certo!
Antes do primeiro contrato profissional, no Pão de Açúcar, Gustavinho, hoje com 31 anos e jogador do Tractor (1ª divisão do Irã), atuou na base do Corinthians, Portuguesa, Banespa e São Paulo. Bora conhecer um pouco mais de sua história.
Trajetória na Europa e Ásia
Em ação no emblemático Estádio San Siro, em jogo contra o Milan
Ainda jovem, o ponta direita, que também joga como meia-atacante, atuou Salernitana, Novara, Lecce e Messina, times da Velha Bota. Gustavo começou na 5ª divisão da Itália, depois foi para a 4ª, 3ª, até receber a oportunidade de jogar na Série A europeia. Foi um dos destaques do Craiova, no qual foi campeão da Taça e da Supertaça da Romênia.
Atuou no futebol chinês e nos Emirados Árabes até ser vendido pelo clube romeno ao Tractor, clube da 1ª divisão do Irã no qual é ídolo e um dos principais jogadores.
A paixão do povo iraniano pelo futebol
"Aqui no Irã eles são apaixonados pelo futebol, pelo esporte em si, é um entretenimento que eles amam, eles amam ir no estádio. Inclusive o estádio do Tractor tem capacidade de 80 mil pessoas, tenho a oportunidade de vivenciar isso, de poder jogar com uma multidão me assistindo, gritando meu nome... No dia dia, saio para ir para shopping, restaurante e os torcedores me abordam muito para tirar foto, é como se eu fosse uma estrela aqui na cidade. Uma cidade (Tabriz) de 1 milhão e pouco de habitante, é bem legal, gratificante", contou Gustavinho à reportagem do Futboo.
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Ídolos no futebol, gratidão a Messi e apoio a Neymar
Durante a entrevista, Gustavo citou Kaká e Ronaldo Fenômeno como seus ídolos no futebol e defendeu Neymar Jr das críticas; ele vê o craque brasileiro como um jogador compromissado com seu trabalho e afirma que as pessoas têm que entender que o jogador também tem seu momento de lazer, que precisa aproveitar a vida, é um ser humano…
Gustavinho, então, exaltou Lionel Messi e explicou como o craque argentino o ‘ajudou’ no futebol: “Me espelhava muito no Messi, até pelas características, pelo físico dele. Ele quebrou barreiras enormes na época que ele estava se lançando, pois o futebol priorizava muito o físico e ele quebrou essa barreira e me ajudou muito, pois eu não sou um jogador muito físico, sou mais de habilidade, técnica, ele foi um cara que abriu muitas portas para mim e para outros jogadores desse tipo. Messi é um ídolo que eu gosto muito”.
Perrengue no futebol chinês
"Logo na 1 semana na China, tinha acabado de ser comprado no meio do campeonato, para ajudar um time que estava brigando para sair do rebaixamento. Eu cheguei na semana, fui jantar com o presidente, com o diretor num restaurante superluxuoso na China, com comida típica chinesa. A comida estava boa, só que meu estômago não estava acostumado com os temperos chineses…
Eu acabei parando no hospital, fiquei 1 dia e meio lá, vomitando, com diarreia… e acabei não jogando o 1º jogo do 2º turno do campeonato. Esse perrengue foi complicado. Acabei chamando a minha avó e minha mãe para ir para China, elas ficaram 1 mês e meio comigo, daí elas cozinharam, ficaram comigo ali cuidando do filhão para dar essa ajuda na parte da comida. Foi bem complicado, mas depois o meu estômago se adaptou e hoje em dia eu gosto da comida chinesa. Foi uma questão de adaptação, mas eu sofri bastante", reconheceu o brasileiro, que já vestiu a camisa da tetracampeã mundial Itália.
As 'salvadoras': a avó e a mãe de Gustavo o ajudaram a se adaptar à China
Experiência na seleção italiana
"Eu tenho cidadania brasileira e italiana. Acabei jogando pela seleção italiana, quando eu estava morando no País. Era uma seleção de jogadores profissionais que estudavam, faziam faculdade. No meu 2º ano na Itália, eu cursei comunicação e depois de dois meses eu fui surpreso com a convocação para a seleção italiana universitária. Então eu participei, fui para o centro de treinamento italiano, treinava onde a seleção principal treinava, foi uma experiência bem bacana, vestir a camiseta da Itália, ainda mais era o número 10. Agora pegar outros passaportes eu não tenho essa possibilidade, porque uma pessoa física pode ter só dois, então eu não largaria nem a italiana e nem a brasileira".
Propostas do futebol brasileiro
"Antes de vir para o Irã eu fui sondado por alguns clubes brasileiros, até porque eu tinha uma vontade de voltar para o futebol brasileiro. Tive sondagens do Sport, do Guarani, do Goiás, mas acabou não concretizando e eu acabei vindo para o Irã, aqui no Tractor. Acho que os clubes brasileiros têm crescido muito, até porque esse projeto da SAF ficaram empresas investindo nos clubes, eles têm crescido muito. Esse é o caminho do futebol brasileiro para ele crescer mais, poder trazer mais jogadores de qualidade e ficar com o nível alto, assim como o da Europa", disse.
"Lobby" para a seleção brasileira contratar o técnico italiano Carlo Ancelotti
"Sobre o novo técnico da seleção brasileira, com certeza o Ancelotti é um nome muito forte, é um treinador vencedor. Tive a oportunidade de trabalhar com treinadores italianos e eles são muito bons taticamente, na gestão do grupo. Eu acho que não teria problema de vir um treinador estrangeiro. Como eu joguei bastante tempo na Europa, vejo uma diferença tática entre uma Série A do Brasil e uma Série A da Europa, taticamente precisamos crescer muito na minha visão. Então acho que poderia ser positiva essa junção de treinador tático europeu junto com a fantasia brasileira, aquela qualidade, drible, acho que seria uma mistura muito positiva"
O futuro de Gustavo Di Mauro Vagenin
Hoje com 31 anos, Gusta contou que pretende jogar no mínimo por mais 8 temporadas, já que sempre se cuidou e conta com um histórico de pouquíssimas lesões. Após pendurar as chuteiras, ele diz ter relacionamento e conhecimento para se tornar treinador, empresário ou dirigente de futebol (ele também não descarta uma vida longe do esporte, como empreendedor). Gustavinho estudou comunicação por dois anos na Itália, mas não concluiu por conta da mudança de país e clube. Ele, porém, diz fazer cursos online na área regularmente. Tudo em nome de seu futuro. Um atleta com visão, dentro e fora dos gramados.
Conselho para os mais jovens
Por fim, Gustavo deu um conselho para o jovem que um dia sonha em se tornar jogador de futebol: “Tem que ser muito determinado, abdicar de muitas coisas prazerosas.. Como ficar longe da família, perder um casamento. Então esse sacrifício tem que ser feito sempre. Tem que ter muita disciplina, e eu sempre falo que é importante você estar jogando em algum lugar, tendo uma performance boa, não importa a divisão… Eu sai da 5 divisão da Itália e girei o mundo jogando futebol, porque eu dei meu máximo na 5 divisão que eu estava jogando, depois subi para a 4, para a 3, Série A europeia, vendido para a China… Então, não importa onde você está jogando, faça o seu máximo porque sempre vai ter alguém olhando, algum olheiro, algum empresário, então é muito importante você sempre dar seu máximo onde você estiver”, concluiu Gustavinho.
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