Tite dá dicas sobre a lista da Copa, diz que não vai a Brasília e que Seleção vive seu melhor momento

Confira a entrevista exclusiva com o treinador da seleção brasileira, que deixará o cargo após a Copa do Mundo do Catar, a ser realizada de 20 de Novembro a 18 de Dezembro

Tite dá dicas sobre a lista da Copa, diz que não vai a Brasília e que Seleção vive seu melhor momento
23 Outubro 2022 - 16:27 - Atualizar: 24 Outubro 2022 - 17:26
Às vésperas do início da Copa do Mundo 2022, que vai ser realizada de 20 de Novembro a 18 de Dezembro no Catar, Tite falou sobre a lista final para o Mundial - a ser divulgada no dia 07/11 - e garantiu que não vai a Brasília com ou sem Hexa e indepententemente de quem ganhar a eleição presidencial: Lula e Bolsonaro disputam o 2º turno no domingo (30). 

Confira os melhores trechos da entrevista de Adenor ao "O GLOBO": 

LISTA FECHADA?
Detalhamos a lista de 55 nomes, a do dia 21/10, para  FIFA. Nela, tem jogadores que não foram chamados ainda nesse ciclo inteiro. Tem jogadores chamados bem no começo. Um mês é muito tempo no futebol.

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Vou chamar dois do processo criativo, ofensivo e um versátil do primeiro meio-campista para trás.

O MELHOR MOMENTO DA SELEÇÃO?
Sim. Não sei o quanto tivemos de oscilação, mas é o melhor momento. A construção nos dá segurança e confiança. Se vamos ganhar a Copa do Mundo ou não, é outra história. Em alguns momentos, tivemos o resultado, mas não tivemos a beleza e a criatividade que gostaríamos. Isso foi na Copa América de 2019. Depois da competição, você ia, cobrava e o jogador não dava a resposta. Fomos campeões, mas precisamos fazer outras coisas. Aí uma nova geração surgiu. Os números são secundários, minha primeira análise é qualitativa, mas não posso ignorá-los. Eles são os melhores de qualquer treinador da História, de todas as campanhas. Esse é o nosso trabalho. Tem sido prazeroso.

BRASIL PODE JOGAR COM CINCO JOGADORES OFENSIVOS?
Não sei, vai depender da análise do adversário e do quanto essa equipe se consolidar também. O campo fala. Mas se você olhar os atletas, o Paquetá é competitivo, mas também dá uma fase defensiva. Richarlison compensa as infiltrações de Neymar, vindo de trás. O Raphinha, exemplarmente, faz essa marcação. Vini está evoluindo para isso. Na época da Copa América de 2019, não tínhamos o Antony, o Raphinha. Vini ainda estava se adaptando ao Real e Martinelli ainda completando treino conosco. Essa geração chegou e opa! Foi a afirmação deles que deu essa condição.

DIFERENÇA DE 2018 PARA 2022
São ciclos diferentes, etapas diferentes. Uma foi a recuperação. Eu joguei minha carreira toda nela. Eram seis jogos disputados nas Eliminatórias, estávamos na sexta colocação. Agora é uma construção de equipe, o processo todo é muito diferente. Mas, ao mesmo tempo, a disputa em 2018 trouxe um legado bom, a experiência que agora tenho, é uma naturalidade para que eu possa experimentar na Copa.

O QUE FALAR SOBRE A RESISTÊNCIA AO USO DA CAMISA DA SELEÇÃO DEVIVO À POLÍTICA?
Eu digo para você: pega essa torcida e deixe que ela fique com essa batalha. Eu não luto essa batalha. A batalha do futebol é a da educação, da competição para ser melhor, mas com limites éticos, e a de ser o mais arrojado, o mais criativo. E a de respeitar nossas origens. Pegue esse peso e fique com eles, eu digo: “essa batalha fica contigo, não transfira para mim.”

TEM UMA DIRETRIZ SOBRE POSICIONAMENTO POLÍTICO DENTRO DA SELEÇÃO?
Absolutamente não. Democraticamente, para usar o termo, e não me sentiria nunca à vontade. Eu faço através do meu exemplo, falamos entre nós sobre aquilo que é nossa realidade, o futebol.

SE FOR CAMPEÃO, VAI A BRASÍLIA?
Eu não vou, nem ganhando nem perdendo. A seleção pode ir e eu não vou. É uma questão pessoal. E ela não depende de quem vai ganhar a eleição. Eu falei isso (pela 1ª vez) quando era o Michel Temer presidente. Não me sinto confortável, não é o meu chão.

ALGUÉM DA COMISSÃO TÉCNICA DO BRASIL NO SEU LUGAR?*
Não queremos interferir na decisão que não é nossa. O Tite não fica e os mais diretos também não. Eu gostaria que estrutura permanecesse, a estrutura de alto nível.

* O técnico Tite já avisou que deixará a seleção após a Copa do Mundo do Catar



 

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