"Eu que ponho o dinheiro"; Leila Pereira responde perguntas após protestos de torcedores

Presidente do Palmeiras concedeu entrevista após um grupo de torcedores pichar mais de 40 lojas da Crefisa, principal patrocinadora do clube

"Eu que ponho o dinheiro"; Leila Pereira responde perguntas após protestos de torcedores
11 Outubro 2023 - 16:25 - Atualizar: 11 Outubro 2023 - 16:54
Um dia após um grupo de torcedores picharem ao todo 40 lojas da Crefisa, que é a principal patrocinadora e também empresa cuja Leila Pereira é dona, a presidente do Verdão convocou uma coletiva para que jornalistas tirassem suas dúvidas.

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As perguntas em suma maioria eram questionamentos sobre contratações. Leila frisou a dificuldade em trazer grandes nomes ao Brasil e também manter em equilíbrio as contas do clube. 

"Em 2023, tivemos um pouco mais de cuidado, por responsabilidade financeira. Eu não vou sobrecarregar o Palmeiras financeiramente para dar satisfação a jornalistas, com todo respeito que tenho a vocês, alguns torcedores. Quem paga essa contratação é o clube e eu não posso sobrecarregar o clube acima do que é possível pagar. Eu penso o Palmeiras a longo prazo. Quero que o Palmeiras continue sendo protagonista sempre." - Afirmou Leila

"Nós temos dificuldades de trazer atletas para o Brasil, os atletas não querem vir, e os meus atletas querem sair do Brasil. Não vou contratar atleta aposentado em atividade. Se não é aquele atleta que vá suprir as necessidades do nosso treinador, eu prefiro não trazer, prefiro dar espaço a nossa base, que é a melhor do Brasil, prefiro priorizar as renovações. Tivemos propostas para que vários atletas saíssem e consegui que eles ficassem. Como? Melhorando as condições financeiras desses atletas. Minha prioridade sempre é manter os nossos atletas, que estão trabalhando há bastante tempo conosco, tem ligação com o Palmeiras."

Desde o início da gestão de Leila, que se iniciou em 2021, o Palmeiras gastou um pouco mais de R$ 156 milhões, trazendo Arthur, vindo do Bragantino; Flaco López, vindo do Lanús; Bruno Tabata, que estava no Sporting; Atuesta que atuava no Los Angeles FC, Murilo, vindo do Lokomotiv, Merentiel, do Defensa y Justicia, Ríchard Ríos, que defendia o Guarani, Marcelo Lomba, quando acabou seu contrato no Internacional, Rafael Navarro, do Botafogo e Jaílson, que estava sem clube. Das 10 contratações, apenas Murilo e Arthur costumam atuar como titulares. 

“Ano passado contratamos, alguns não se adaptaram. É um investimento alto e você não tem a certeza de que ele vai performar, é muito subjetivo, alguns atletas não se adaptaram, tivemos que emprestá-los." - Disse Leila

"No meio do ano tentamos sim, mas os atletas que foram escolhidos pela nossa comissão técnica não quiseram vir jogar no Brasil. É muito difícil morar aqui, a insegurança do nosso país, dos nossos clubes, causam verdadeira repulsa. O próprio Abel na última coletiva dele falou isso, que tivemos que liberar alguns atletas no meio do ano por causa disso.” - Continuou 

Na última terça-feira (10), cerca de 40 lojas da Crefisa espalhadas por São Paulo amanheceram pichadas em forma de protestos de torcedores palmeirenses contra a gestão de Leila. Questionada sobre o ocorrido, a presidente afirmou não balançar no cargo diante a pressão externa e acredita ser inadmissível o protesto ser direcionado a patrocinadora do clube.

Imagem: Divulgação/Gazeta

"É inadmissível. Pressão é normal, mas é inadmissível atos de vandalismo contra um parceiro que está há nove anos no Palmeiras só colaborando com o clube. Quando a Crefisa e a Fam chegaram no Palmeiras, em 2015, um ano anterior o Palmeiras estava quase rebaixado. Ninguém nos procurou, nos espontaneamente viemos oferecer. A Crefisa e a Fam já colocaram no Palmeiras ao longo desse tempo cerca de R$ 1 bilhão e R$ 200 milhões."

"Não é tocando tambor e jogando bomba que vou contratar jogadores. Esses atos de vandalismo contra uma patrocinadora que só colaborou com o Palmeiras. Na pandemia, enquanto a maioria dos patrocinadores cortaram os patrocínios, a Crefisa e a Fam em nenhum momento suspendeu os pagamentos para o Palmeiras. Por isso que o Palmeiras conseguiu manter o emprego dos nossos trabalhadores intacto."

"A grande emoção (em anos anteriores ao patrocínio da Crefisa no Palmeiras) era quando não caía. Hoje as pessoas ficam estressadas porque de quatro Libertadores, ganhamos duas e em duas saímos na semifinal. Isso é ridículo."

Perguntada sobre o avião comprado e sobre as acusações de conflito de interesse, a dona da Crefisa respondeu:

“Leila Pereira é perguntada sobre conflito de interesse: "Esse avião é meu. Não usei recursos do Palmeiras. O dinheiro é meu, eu comprei o avião. Eu ando em avião particular, um Falcon, e nossos atletas viajavam em avião fretado e o avião fretado além de ser caríssimo, você fica à disposição da companhia aérea e isso me incomodava muito. A presidente viajava a hora que quer e os atletas ficavam nesse problema com a malha aérea. Eu resolvi comprar o avião, com meu dinheiro, para que meus atletas pudessem viajar a hora que quiserem."

“Leila Pereira, ainda sobre a questão do avião: "Só em economia neste período, foram R$ 3 milhões. Onde há conflito de interesse quando eu que ponho o dinheiro? A outra questão é de que eu uso a marca Palmeiras para divulgar minha empresa. Se eu oferecesse avião gratuitamente para qualquer clube do Brasil, falar: olha, clube A, tome meu avião' . Posso dizer que você está usando meu avião? É óbvio que iriam aceitar."

Na coletiva, Leila afirmou que será candidata a reeleição no clube, e que não pretende repensar o patrocínio, mas que o clube está aberto a novas empresas que queiram patrocinar o Palmeiras.

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