Brasil bate fora e dentro de campo e se perde e perde mais uma vez nas Eliminatórias. A pior sequência da história brasileira no torneio. Um time sem cara. Sem os caras. Armando pouco. Desarmando ainda menos. Desarrumado. Desarmado. Ainda tem muito jogo. Mas parece ter pouco jogador.
Antes de começar o clássico no Maracanã, teve de tudo fora de campo. Quando a bola rolou, não teve nada no primeiro tempo. Era melhor não ter tido mesmo jogo pela violência vista na arquibancada não dividida entre brasileiros e argentinos. Ou a mesma pancadaria que o time de Diniz aplicou nos primeiros 15 minutos de MMA no Maraca: Gabriel Jesus tinha que ser expulso ao meter a mão no rosto do De Paul, aos 5. Meia argentino que levou outra mãozada para amarelo de Raphinha, aos 14.
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O torcedor brasileiro é que não merecia a porradaria que comeu fora de campo antes. E a falta de futebol por 45 minutos. Teve uma falta batida por Raphinha por cima, aos 38. E um tiro de Martinelli que Romero salvou sem goleiro, aos 43.
Para a segunda etapa, o Brasil voltou melhor. A Argentina seguiu sem fazer nada. Marquinhos saiu lesionado e Nino estreou. Teve bom lance com Raphinha em linda inversão de Bruno Guimarães, aos 8. Teve grande arrancada de Gabriel Jesus a partir da esquerda que Martinelli só não marcou pela ótima defesa de Dibu, aos 12.
O Brasil estava bem melhor. Errando menos passes do que os muitos afobados do primeiro tempo. Batendo menos do que cometera faltas antes. Enfim se movimentando bem à frente. O 4-2-4 com a bola mais dinâmico e afinado. Rodrygo dando opções.
Até que um escanteio foi na cabeça de Otamendi. André o largou, Gabriel Magalhães não subiu tanto, e o limitado zagueiro argentino acertou belíssima e indefensável cabeçada, aos 17.
Quase dez minutos antes de Fernando Diniz mexer enfim em um time que murchou como o Maracanã. Mais nenhuma chance teve a seleção. Mesmo com Endrick pedindo jogo e se esforçando. Veiga apareceu torto pela ponta-direita substituindo Raphinha e levantou várias bolas inócuas na área. Rodrygo sumiu pelo outro lado. Joelinton entrou no lugar de Magalhães para André virar zagueiro. Douglas Luiz substituiu BG.
Mas o que esmorecera se apagou aos 35, com a rigorosa expulsão de Joelinton por empurrar De Paul. O que parecia acabado terminou mesmo. Com gritos de "time ser vergonha" aos 42, e discreto "olé" dos hermanos, aos 48.
Até o apito final sem tantas cobranças e vaias. Talvez pela inédita derrota como mandante em Eliminatórias - a primeira em 70 anos. Talvez pela terceira derrota seguida - outro feito. E, certamente, pela provável truculência e falta de preparo para organizar minimamente o que era para ser uma festa. Como um show de rock. Um jogo de futebol. Uma seleção brasileira em campo.
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