Mauro Beting

Mauro Beting


Eu já vivi isso com a Seleção Brasileira

18 Outubro 2023 - 13:55 - Atualizar: 18 Outubro 2023 - 14:35

Se a camisa da seleção pesa. Questão de grama de peso mais do que de grama de planta. E mais do que de grana.  Se ninguém mais respeita a amarelinha, a azulzinha, o amarelão. Se não existe mais amor à camisa - de qualquer cor, de qualquer time. Se a camisa é um outdoor... Então, que se jogue sem. Seleção descamisada. Sem cor, sem lenço, sem documento.

Que o Brasil jogue nu. Sem camisa. Pelado. Como se joga pelada. Um time com camisa, de qualquer cor, e outro sem camisa. Nem colete, que isso é coisa de escolinha de futebol. Que se jogue pelado como nas peladas de rua, de campinho, de terra, de grama, de areia, de qualquer coisa. Futebol que todos esses que estão de mal com a bola um dia já jogaram. Um jogo descompromissado, desinteressado. Passatempo. De criança.

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Futebol brasileiro, enfim. Sem camisa. Sem chuteira. Descamisado e descalço. Sem amarras. Para ver se a gente vai bem na Copa, na marra, sem medo, nem murro. Pode parecer poesia de telenovela, mas é do resgate da alma que a gente resolve problemas que a nossa cabeça não sabe equacionar.

O time é esse aí. Não adianta praguejar, lembrar craques de antanho, ou mesmo bons jogadores que ainda estão por aí. É fácil repisar todos os nossos erros, citar todos os acertos dos outros. Nada disso vai resolver o que a seleção precisa começar a reverter no próximo jogo cada vez mais duro. E, daí, continuar a revolução de modos e nomes. Só não pode ser um paredão amplo, geral e irrestrito. Essa “chacina” poderia fazer perder quem ainda tem muito a ganhar.

Foi o que publiquei em 2001 depois de o Brasil perder para Honduras e terminar a Copa América em sexto. Menos de um ano de ser 100% em 2002, no penta. Então sobrariam nomes que não foram campeões. Como Romário. Amoroso. Alex. Djalminha. Élber. 

Hoje, de fato, faltam nomes para escalar. Mas não é tão ruim como fomos contra Uruguai e Venezuela. E nem tão "bom" como alguns pintaram contra a fraca Bolívia. Estamos em reconstrução. E de um ótimo trabalho de Tite - que levou em 17 jogos apenas cinco gols nas últimas Eliminatórias. Agora, já sofremos quatro. 

E vamos sofrer ainda um tanto mais. 

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