Mauro Beting

Mauro Beting


O bello e o feio

13 Outubro 2023 - 08:36

Eu esperava 4 a 0 para o Brasil contra a frágil seleção da Venezuela, em Cuiabá. Nem Maduro, Chávez, seu Madruga poderiam esperar o golaço de bicicleta de Bello, o  que empatou o decepcionante jogo na Arena Pantanal. 

A seleção de Diniz criou três oportunidades apenas na primeira etapa chocha. Três tiros de fora da área de Neymar e Casemiro. A seleção vinotinto só teve uma chegada perigosa contra a meta de Ederson, numa cabeçada do santista Rincón. 

Como gosta o treinador brasileiro, a equipe se concentrou em um lado do campo. Rodrygo saía da direita para aglomerar com  Vinícius Júnior,  mais a chegada por trás de Arana, e Neymar zanzando e querendo jogo por dentro.

Mas só acontecerá algo de útil nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Quando  Gabriel Magalhães fez de cabeça o primeiro gol brasileiro depois de escanteio batido por Neymar. A seleção criaria outras três chances, mas não mais do que isso. Pensando na dureza da batalha de Montevideu contra o  Uruguai já na próxima terça-feira, Diniz foi tirando seus principais jogadores e colocando gente pra rodar. Não era má ideia. Não era desprezo diante de um frágil rival. Era uma necessidade. 

Pena pra ele e pra seleção é que a Venezuela chegou mais uma e vez e fez um gol belíssimo. 

O mais bonito destas Eliminatórias. 

Muito provavelmente, o mais lindo que a Venezuela já fez. 

Diniz, como comandante, tem responsabilidade pelo empate murcho. Mas mais irresponsável é achar que falta sempre organização defensiva às equipes dele. Desta vez, não. 

Como, desta vez, faltou mais qualidade técnica, criatividade, e passes menos errados para o Brasil que decepcionou em Cuiabá. Para uma torcida que apoiou realmente o tempo todo uma seleção que não jogou bem. 

É que vai oscilar tanto quanto a análise que incensa Diniz contra a Bolivia e o incinera contra a Venezuela. 

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