Mauro Beting

Mauro Beting


Salve o Tricolor brasileiro, que não tem espaço em branco na história

25 Setembro 2023 - 10:40 - Atualizar: 25 Setembro 2023 - 12:00

O maior campeão internacional do país não ter uma Copa do Brasil fazia menos sentido que o Flamengo trocar Dorival Junior depois de ganhar quase tudo em 2022. Mas havia alguma explicação. Quando o São Paulo ganhou o tri continental e o tri mundial em 2005, quando foi tri brasileiro entre 2006 e 2008, o clube que estivesse na Libertadores não podia jogar a Copa do Brasil.

Não justifica só uma final perdida em 2000. Mas ajuda a entender o atrapalhado calendário brasileiro. De um futebol estranho. Onde o novo campeão da Copa do Brasil não vence um jogo do Brasileirão há oito partidas, há mais de dois meses. Não ganhou um jogo fora de casa no torneio. Mas que na Copa do Brasil que pela primeira vez levanta o São Paulo ganha sem contestação de Palmeiras, Corinthians e Flamengo. Vence também como visitante Sport, Palmeiras e Flamengo. E dá a volta olímpica linda e emocionante no Morumbi com um empate justo numa das tardes mais quentes da história paulistana. Numa das mais belas festas tricolores em sua casa.

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Numa das mais merecidas conquistas de uma torcida que pagou muito caro pelo ingresso que não tem preço pela glória. Um torcedor que nesses últimos anos de chumbo e ferro do São Paulo tem lotado e lutado pelo Morumbi. Torcida que não largou o time na mão. Bateu pé e cabeça pelo Tricolor que não vinha honrando suas glórias do passado. Não parecia ter futuro imediato. E agora deu de presente o único título ainda em jogo que não tinha lugar na galeria são-paulina.

Conquista que passou na decisão muito pelas mãos de Rafael. Bom  goleiro que segurou as pontas e as bolas que desde Rogério Ceni (também campeão como treinador no início da campanha) parecia que o São Paulo não teria alguém confiável. Tricolor campeão como Rafinha sempre decisivo. Garoto Beraldo zagueirando como veterano de seleção. Caio Paulista fundamental contra o Palmeiras. Pablo Maia sendo o que já se esperava. Alisson como volante inesperado segurando o tranco. Wellington Rato mandando as bombas. Nestor com a bomba dele fazendo o tricolor campeão. Calleri fazendo o gol do Maracanã que abriu a conquista e superando as dores no tornozelo a ser operado.

Lucas Moura voltando ao São Paulo como saiu. Campeão. Predestinado como o clube onde cresceu e faz história.

Dorival Júnior voltando a ter no peito a medalha que deu ao Flamengo em 2022 que o dispensou sem motivo em 2023. Sem lógica. Sem nexo. Até sem respeito. Como se o cartola rubro-negro andasse em Braz...

Dorival respondeu de novo pela bola. Não pela boca. Trabalhou sério e firme para montar time competitivo e equilibrado. Melhor do que a encomenda. Melhor do que os rivais. Melhor da Copa do Brasil.

Talvez um marco para a retomada do novo velho São Paulo de guerra e da letra de Porphyrio da Paz no hino: "Salve o tricolor paulista!"

Agora não tem espaço em branco na história. Calando críticas. Calleri neles! 

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