A presunção da inocência, no futebol brasileiro, deixa de ser um princípio constitucional para ser quase que um atestado de inocência - na acepção pueril - e também presunção nossa de achar que não tem nada suspeito em nosso jogo e na jogada deles. Há décadas. Somos sim presunçosos de achar que não tem nada. Somos sim inocentes de achar que todos também são...
Daí dizer que tem "100%" de provas de manipulação de resultados é outra história. É dever sempre lembrar que, na dúvida, a bola está com o réu. A penalidade máxima quem tem a responsabilidade de bater é o cobrador. É quem de fato chuta. E como chuta! E como acusa.
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É do suposto réu é suposto malfeitor o benefício de ser considerado inocente. Se alguém tem provas de falcatruas ou jogadas ensaiadas, que abra o jogo às autoridades. Competentes e/ou corajosas. Ou não. STJD e/ou MP.
Qualquer outra situação é choro. Ranger de dentes. Teoria e prática da conspiração. Irresponsabilidade. Abuso de poder. Absurdo de pensar. Propaganda enganosa de empresas dele e/ou terceiros. Ou uma querela bizarra entre burrice natural x inteligência artificial.
Um empreendedor ousado e brilhante como John Textor criou com uma de suas empresas arrojadas e arejadas um show espetacular depois da morte de Michael Jackson. Recriando no palcoo o Garrincha do pop como se estivesse vivo e ao vivo em um show.
Daí fazer proselitismo dos negócios dele, levantar o nome da empresa Fubo (que o levou a ter dinheiro para montar a SAF do Botafogo) e afirmar com todas as letras que a Inteligência Artificial pode detectar com "100%" de acerto o dolo de atletas em suposta manipulação de ações e resultados, a distância é a mesma de um show ao vivo de um espetáculo de alguém infelizmente morto.
Um torcedor como qualquer outro (mas com muito dinheiro como nenhum outro) cria fatos (fantasias?) e supostas denúncias com uma tecnologia de ficção científica. E provável ficção esportiva. Isso é "fucking" sem nome.
Ou Textor realmente sabe de tudo sobre todos e outros casos de "fucking corruption" ou estamos vendo e revivendo com asneira orgânica e adubo natural a recriação ao vivo de um Eurico Miranda botafoguense.
Versão beta. 3.0. Que não está ainda no mercado. E nem no gibi. Mas uma tecnologia discutível supostamente bugada de fábrica. E o que é muito pior: ciência que acaba contaminando outros clubes. E deletando de modo criminoso reputações de profissionais que não podem ser colocados em dúvida pela denúncia por ora apenas inverossímil e irresponsável de quem acha que pode comprar o futebol de um clube e, de troco, receber de graça o esporte, a cidade, a Justiça e o pais. Que John Textor apresente o que sabe antes de falar o que foi que só ele sabe. E para quem de fato e de direito saiba o que fazer com a responsabilidade que ele ainda não teve. E que ele saiba mesmo o que ele acha que sabe. E, ao que parece, que ninguém mais no mundo parece saber.
A realidade virtual que ele está criando por ora só tem mesmo uma vítima e ao mesmo tempo um suspeito. O clube dele. Uma linda história que não pode ser conspurcada por teorias e práticas conspiratórias.
A luta contra a corrupção é dever de cada cidadão. No futebol, onde costumamos cobrar mais de atletas, treinadores e cartolas do que de nossas autoridades em outros campos, também precisamos ser exigentes. Firmes. Mas se a cada suposição perdermos a cabeça, o equilíbrio e o bom senso, estaremos perdendo a causa e a força.
Se de fato tem tudo que diz ter Textor, que ele agora aja não como mascote mimado como tem feito.
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