De Garro, de garra, desgarrado. Um dos mais espetaculares dérbis desde 1917. Um dos mais inacreditáveis clássicos que vi desde quando trabalho com o futebol, em 1990.
O Palmeiras foi, está e é melhor do que o Corinthians há três anos, quando chegou Abel Ferreira. Treinador que perdeu apenas um dos 12 Dérbis em que encarou sete treinadores alvinegros diferentes. António Oliveira que tinha apenas três jogos no comando do desgovernado Corinthians. Montou seu time no 3-4-3 que deu certo em dois jogos. Mas que foi pavoroso em quase toda a partida em Barueri, quando se defendia com uma linha de cinco, mas 11 perdendo quase todas as bolas.
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Ou até as mexidas que sacaram o infeliz Vera, abriram o campo com Mosquito e o estreante Pedro Henrique, aos 31 da segunda etapa. Dez minutos antes de Yuri Alberto acertar seu único lance e diminuir o placar que não seria absurdo se estivesse uma goleada para o Palmeiras do absurdo Endrick, que saiu sentindo a coxa, aos 37 finais.
O menino-monstro que fez 1 a 0 aos 43, em mais um grande lance do craque que sobra no futebol brasileiro. Palmeiras que supriu a ausência de Veiga com Zé Rafael mais à frente, ganhando todas as bolas que o mesmo Corinthians perdia de modo bisonho. A mesma equipe que faria história nos minutos finais e que até então parecia um arremedo histérico de dar medo de time. Mas que veste uma camisa que faz o que fez quando ninguém, ninguém mesmo, podia esperar possível.
Levou 2 a 0 com Flaco López de 6 gols nos últimos 6 jogos pelo SP-24, e quase levou o terceiro aos 44, quando Cássio saiu tarde e foi expulso. Gustavo Henrique teve que virar goleiro. E o Corinthians virou história.
Murilo deu entrada dura que podia virar vermelho em Yuri Alberto que teve que sair de campo. O Timão ficou com 9. A falta foi cobrada e Rony extrapolou na vontade e cometeu outra infração desnecessária. De muito longe, Garro mandou no ângulo, Weverton tirou os braços da bola, e um dos mais inesperados empates da história do Dérbi se viu.
O que era para ser goleada palmeirense virou um empate com sabor amargo de goleada sofrida. O que era para ser uma goleada sofrível corintiana virou um empate-virada "goleada" alvinegra.
E que quase ainda virou vitória alviverde não fosse Raniele salvar sobre a linha uma bola que Gustavo Henrique não conseguiu segurar.
O palmeirense que estava "bravo" aos 40 minutos por não ter conseguido golear o rival em grande atuação (das melhores em meses) viu o Corinthians honrar 113 anos de história com 10 minutos de delírio antológico depois de 85 minutos de atuação deplorável.
O Palmeiras da virada heroica do Nilton Santos foi "virado" ao ceder o empate heroico do Corinthians. Um dos Dérbis mais impressionantes que já vi. Como disse uma amiga corintiana: "que o Dérbi seja eterno". E eu acrescento. "Concordo. Mas que acabe aos 54".
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