Saí do Muro Beting antes de a bola rolar no BR-23. Como nunca em 33 anos de carreira, abri todos os meus palpites em relação à posição final dos clubes. Como sempre em 57 anos de vida, quebrei a cara na maioria deles. Queimei a língua em muitos. Só me salvo da justa causa pela imprevisibilidade própria do futebol. E pela maluquice que foi este Brasileiro. A mais equilibrada e insana entre as principais ligas do planeta.
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Da turma rebaixada, errei tão feio quanto o América. Embora o Coelho tenha desempenhado melhor do que os placares. Apostava no décimo lugar na tabela. O último da primeira página. Acabou o último da segunda. Lanterna geral.
O meu último colocado na simulação calou de novo minha boca. E com louvor. Deyverson e sua turma eram os meus maiores candidatos ao rebaixamento. Terminaram no 12º lugar. Com inegável louvor. O Cuiabá segue se superando.
Não torci pela queda de Goiás e Coritiba. Mas parecia óbvia. Errei as posições finais. Acabaram invertidas. Achei que o Coxa seria menos pior. Acabou vice-lanterna. Posição que eu apostava para o Goiás.
O primeiro dos rebaixados foi quem me deixou mais intrigado. Como se viu feder durante todo o BR-23, era muito time querendo cair. Dos suspeitos usuais aos que faziam pouco. Claro que o Santos estava nessa turma do funil. Mas achei que outros o salvariam. Como Marcelo Fernandes parecia capaz. Depois do 1 a 7 contra o Inter, achei que tinha ido para o saco. Voltou a se recuperar. Até soçobrar no fim e sobrar. Eu achava que seria o 16º. Bateria na trave. Acabou batendo no fundo do poço.
O meu primeiro rebaixado era o Bahia. Rogério Ceni o salvou. E o City o manterá muito vivo. Por muito tempo.
O Cruzeiro era a minha aposta para o 15º lugar. Foi o 14º. O Vasco acabou naquela posição. Uma das minhas decepções. Apostava na 11ª posição. Embora, no turno, eu quase cravava nova queda. Aquela que, na última rodada, eu achava que seria o Bahia.
Um dos meus maiores erros foi com o Red Bull Bragantino. Chegou a flertar com o título a menos de 10 rodadas. Acabou em ótimo sexto lugar. Bem melhor que o 13º que eu havia chutado. Sete posições acima.
Campeão da Copa do Brasil, o São Paulo meio que largou o BR-23. Foi líder da segunda página. Um pouco acima do que eu chutara: para mim, seria o 12º.
Não esperava grandes coisas do Corinthians. Mas um tanto mais. Seria o 9º na minha simulação. Foi apenas o 13º. E sofrendo mais do que a encomenda. Com alguns requintes de crueldade.
Fortaleza acabou em décimo. Seria o meuoitava em outra temporada para aplaudir como vice da Sula. Desde 2019 na A. E contando. Mais uma temporada exemplar. Para brasileiros e clubes de outros países.
O Inter foi o nono colocado. Flertou com algum perigo com a turma de baixo. E por cinco minutos mágicos do Fluminense não decidiu a Libertadores. Temporada estranha. Eu achava que o Inter seria o sexto.
O Athletico acabou em oitavo. Para mim, o sétimo. Ficou nos conformes. Na ótima média dos últimos anos.
O sétimo lugar do Fluminense seria uma decepção para mim que apostava no vice para o Tricolor de Diniz. O título da Libertadores explica a posição final. Também nos conformes.
Antes de o campeonato começar, o botafoguense sairia passeando com o querido Pedro Certezas celebrando o quinto lugar. Se os turnos fossem invertidos, isto é, se a campanha ridícula do returno tivesse acontecido antes, e a espetacular da primeira parte do BR-23 fosse no final, "time de guerreiro" seria o mote. Não a morte.
Eu tinha apostado no início apenas um 14º lugar... No início do returno, só imaginava que seria tão impossível manter aquele pique quanto seria "impossível" perder o título...
Enfim, a diferença do meu 14º para o quinto final é ainda maior. E mais dolorida.
Acertei em cheio o quarto lugar da maior decepção do ano. O Flamengo. História, camisa, elenco, time, estrutura, dinheiro, mídia, tinha para varrer o título. Mas virilhizou onde não podia. Landim e Braz erraram tudo desde a demissão de Dorival. Mas podem acertar tudo com a chegada de Tite e reforços para 2024.
O Atlético Mineiro eu também cravei. E não foi difícil acertar. Mesmo trocando de técnico. E demorando a acertar a mão e o pé com o Felipão.
O vice do Grêmio não foi tão inesperado. É bem Tricolor dar essa volta por cima. Meu palpite era quinto lugar. Foi muito melhor.
O título do Palmeiras, o bicampeonato do maior campeão e também bicampeão nacional era minha aposta. E, óbvio, torcida.
No frigir das bolas, acertei mesmo Palmeiras, Galo, Flamengo. Quem seria campeão. E dois dos rebaixados.
Não é muito. Mas é o que temos.
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