Estão começando os estaduais. Como foi ótima a estreia do mais do que promissor Flamengo. Como foi ainda melancólica a do Botafogo ainda tentando esquecer 2023, mesmo vencendo em casa.
Estaduais ainda longos demais para um calendário que não tem 14 meses na temporada. Enquanto a CBF não definir o seu presidente, e um ano ampliado com dois meses a mais, continuaremos estrangulando o nosso futebol. E nossos futebolistas.
A ponto de não parar a disputa do Brasileirão durante as nove datas de Copa América. A ponto de só celebrarmos mesmo a parada durante a Data Fifa das principais competições.
Ainda é muito pouco.
Até por ser o óbvio mais fácil de ser feito. Nós e que complicamos. Para racionalizar minimamente o calendário, "basta" fazer o que há mais de 20 anos é necessário: ajustar o calendário Brasileiro ao europeu. Para não dizer quase que a todo o calendário Mundial.
Isto é: temporada de agosto a junho no Brasil, em vez da metade de janeiro à metade de dezembro.
Alguns empecilhos que barraram a ideia justa, lógica e mais do que necessária estão sendo superados. Poder da mídia já está entendendo que é melhor ter mais futebol do que jogos. Que dá sim pra ter um janeiro com partidas de futebol, e que o calor não é tão proibitivo, desde que é ajustado o horário dos jogos. E tem como manter um calendário equilibrado e com interesse para a mídia adaptando ao europeu.
Evitando o desgaste que se tem há mais de 20 anos do Brasileiro por pontos corridos. Quando a equipe que começa o torneio em abril já terá que ser mudada logo em junho-julho pelos jogadores que estão indo atuar na Europa. Ou, cada vez mais, Arábia Saudita, no mundo árabe, nos Estados Unidos. E antes já foram para a China.
Isso não significa estrangular ou exterminar os campeonatos estaduais que não podem mesmo ter tantas datas para eles. As 19 rodadas estaduais são muitos jogos para pouco futebol.
Tem como racionalizar o estadual. Também ampliando o tempo de disputa, e, por tabela, fazer com que mais empregos sejam gerados e mantidos. Os estaduais não precisa terminar no começo de abril. Podem ser esticados até agosto, por exemplo. E com os grandes, em vez de jogar 19 partidas, entrarem nas fases mais decisivas dos estaduais. Fazendo 13 jogos, por exemplo. Em das até possíveis 19 partidas. Vai facilitar e racionalizar o calendário. Sobretudo para evitar tantas lesões e tantas carreiras abreviados pelo excesso de partidas e treinamentos, e o jogo cada vez mais intenso.
Esse estadual alongado, espichado, e ainda assim racionalizado, pode ser disputado inclusive durante os campeonatos brasileiros de Série A até a D. No meio de semana, por exemplo, podem jogar Corinthians e América de Rio Preto numa quarta-feira, e o Flamengo receber o Corinthians na rodada seguinte pelo Brasileiro. Seria como uma Copa Libertadores ou Sula ou a própria Copa do Brasil. Melhor vários campeonatos ao mesmo tempo mas com menos jogos do que mais campeonatos exclusivos e sem o mesmo interesse. Sem o mesmo nível de competitividade, e apenas compromissos comerciais mais do que embates esportivos.
Nada disso é uma invenção da roda da bola. Nem o "ideal". Mas é menos pior do que se tem hoje. E há anos. Apenas uma maneira de racionalizar e melhorar o produto. Poupar e respeitar os atletas e demais membros de comissões técnicas. Esticar os contratos de jogadores de clubes com maiores desafios.
Se pode ser interessante para praticamente todo mundo, por que não sai do papel?
Ou ao menos se tenta?
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