Mauro Beting

Mauro Beting


Tem Diaz que Diniz é assim mesmo

17 Novembro 2023 - 14:48 - Atualizar: 18 Novembro 2023 - 10:32

O melhor dos times de Diniz se viu nos primeiros três minutos de calor em Barranquilla: aproximação e aglutinação de atacantes de um mesmo lado, intensa movimentação no ataque, apuro ofensivo, e um belo gol na trama dos dois pontas-esquerdas Martinelli e Vini, na segunda chance das sete que o Brasil criaria contra a boa Colômbia. 

O pior das equipes de Diniz se viu e não se viu nos outros 87 minutos infernais como Luís Diaz na Colômbia: os apuros defensivos de uma equipe espaçada e esgarçada, de um time que não soube marcar no 4-4-2 sem a bola, de um meio-campo desatento e sobrecarregado, de uma defesa insegura salva apenas por Alisson, de uma atuação pavorosa de Emerson Royal, não coberto por Marquinhos, e entregue à fera Diaz como se fossem meses.

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Para piorar, na noite em que o Brasil mais sofreu finalizações em três Eliminatórias, na única vez em que a seleção perdeu duas seguidas em 60 anos de torneio, não havia reserva para Émerson. Apenas o improvisado Pepê. Que acabaria improvisado na outra lateral. Numa daquelas mexidas mais infelizes do que a saída de Rodrygo, pouco antes da virada colombiana, em apenas quatro minutos, em duas das 10 chances de gol rivais.

Foi mais uma frágil atuação com Diniz. Menos pior do que contra o Uruguai. Ruim como foi no empate com a Venezuela. Todas seleções em melhor condição na tabela. Brasil que só vendeu o Peru (jogando mal) e Bolívia (atuando bem). Justo as duas piores seleções das Eliminatórias.

Insisto. Diniz faz parte do problema. Mas não é o principal culpado. Nem a solução para a fase atual da seleção. E do futebol brasileiro.

Fase que pode virar com promessas reais como Endrick - que entrou e estreou apenas aos 35 minutos, já com o placar definido. Fase que pode virar quando o momento de gente experiente e importante como Marquinhos voltar ao normal. Fase que pode virar quando Diniz fizer o mais simples.

Não adianta criar uma iguaria para ganhar masterchef quando os ingredientes só permitem algo mais frugal. O feijão com arroz brasileiro na terça, no Maracanã, pode evitar um alfajor argentino. 

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